Dor de cabeça e enxaqueca
Muitos são os pacientes que procuram a acupuntura para alívio das dores de cabeça e/ou enxaquecas. Realmente a acupuntura ajuda muito nesses casos, com alívio imediato da dor. Mas não cura. Vejo muitos relatos de pessoas que melhoraram da dor, mas que depois de um tempo voltou ou que só ficam sem dor enquanto fazem acupuntura. Não é raro aparecer pacientes que dizem fazer acupuntura por anos, para esse problema. Tenho um caso de um paciente que atendi que ilustra bem a visão da naturopatia quanto às dores de cabeça.
Sexo masculino, 13 anos, chega ao meu consultório trazido pela mãe, com crises diárias de dor de cabeça que o estavam impedindo de ir a escola e permanecer lá. A mãe já tinha levado o rapaz ao oftalmologista, ao otorrino e ao dentista. Por fim, levou-o ao neurologista que diagnosticou enxaqueca crônica, receitando um remédio fortíssimo para uso contínuo, e outro para tomar caso tivesse dores. Só que nenhum nem outro estavam fazendo o efeito desejado.
O local das dores e a anamnese me indicavam um desequilíbrio fortíssimo no meridiano do fígado, o que causava a enxaqueca e a sinusite. Só me faltava encontrar a causa. Comecei a tratá-lo com acupuntura, aurículopuntura e florais de Bach, o que melhoraram os sintomas em 50% já na primeira sessão. As dores, que antes eram diárias, agora vinham 3 vezes por semana.
Partindo do princípio que a emoção trabalhada pelo fígado é a raiva, busquei saber do que ele tinha raiva e como lidava com ela. O rapaz é calado, fechado e bem passivo. Pela intensidade da dor, a raiva tinha que sair por algum lugar, porque ele não a expressava de outra maneira. Após algumas sessões, fui descobrindo mais sobre como ele lidava com suas questões e com as pessoas em sua vida.
Mapeando seu comportamento e as crises, cheguei a conclusão que tinha relação direta com a escola, já que, nas férias, não tinha crises frequentes e que as dores já começavam logo pela manhã. Então, perguntei a ele qual era a última coisa na qual ele pensava antes de ir dormir. Com toda agressividade e saindo do seu estado passivo habitual, ele me respondeu “Que eu odeio acordar cedo”.
Tornei esse processo todo consciente para ele e o ajudei a ver esse fato por um outro ponto de vista. Para isso, foram necessárias algumas sessões de terapia. Mas, após 3 meses, o rapaz estava curado, cessando as medicações todas (por ordens médicas) e voltando à sua rotina normal. Agora, ele havia aprendido a lidar com a raiva e com as frustrações da vida de uma forma que não o agredia.
Se você está fazendo um tratamento e não está tendo um resultado satisfatório e definitivo, é por que não chegou à causa do problema.
Como você lida com sua raiva?
Como você lida com sua raiva?
Thais Giuliano
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